Coreo-poemas: (in-out)determinações de tempos e espaços
Duração do Workshop:
Oficinas sem espaço, sem horário marcado e nem inscrições. Os acontecimentos se dão por conexões, afetos, impulsos e não por compromissos.
Número limite de inscritos:
Oficinas sem espaço, sem horário marcado e nem inscrições. Os acontecimentos se dão por conexões, afetos, impulsos e não por compromissos.
Responsável pelo Workshop:
Alline Alves Santana. Mestranda Escola de Artes, Ciências e Humanidades - EACH/USP/BR (Bosista FAPESP).
Juliana Soares Bom-Tempo. Doutoranda FE/UNICAMP/BR e Université Paris X – Nanterre (Bolsista CAPES).
Conteúdos:
A proposta aqui apresentada se configura a partir de ações que agenciam outros tempos e espaços de encontros para gestar experimentações. Dentro e fora (in-out) das determinações que prefiguram os tempos e espaços destinados a certas coreografias de ações, comportamentos, modos de aprendizagem e de relação.
Propomos uma oficina que se dê por contaminação, por aceitação ou não, por apenas estar no tempo e espaço em que algo inusitado acontece. Uma oficina-intervenção que opera por agenciamentos “maquínicos”[1] a produzir novas formas de habitar e sentir as relações tempo-espaciais diante do que ainda não estava dado como campo de possibilidades para uma oficina, para um tempo, para um espaço.
Apostamos que é aí que ocorrerão trocas intensivas entre forças coletivas interessadas em se co-implicarem em certas ações.
Entende-se oficina como um campo aberto e favorável aos novos modos de encontro com os tempos e os espaços.
Pensar as oficinas como um agenciamento, é pensar no movimento de um processo; é assim que elas funcionam, elas são meios de experimentações do pensamento a gestar camadas variantes. A constituição de um tempo e de um espaço para a efetivação dessas oficinas terá um caráter movente, pois não se busca uma verdade já dada de antemão, e sim a proliferação de pensamentos variantes que possam ser trocados entre os elementos presentes, entre as forças conhecidas e desconhecidas, a criar redes de conexão em busca da verdade dos encontros; fazer com que esse pensamento variante insista em existir como uma aprendizagem intensiva ao coletivo e não somente para si.
“O movimento é o próprio ato da potência. Fazer o movimento é passar ao ato, estabelecer a relação humana. Decidir não é querer fazer o movimento, é fazê-lo” (DELEUZE, 1999, p. 47).
[1] O conceito “máquinico” aqui colocado foi criado por Félix Guattari (1992) e está ligado ao funcionamento se dá através de comunicações expostas e sutis. Um jogo de dentro e fora do contexto-sensitivo em que a mensagem é emitida. Receptores corpóreos conectados em mensagens emitidas pela máquina. As máquinas sociais funcionam como Equipamentos Coletivos operando no núcleo das subjetividades, consciente e inconscientemente. Assim, há um processo de concorrência entre os componentes heterogêneos para a produção de subjetividades e de corporeidades. São os componentes vinculados às instituições tais como família, religião, arte, educação, saúde; os componentes fabricados pelas mídias e os componentes sutis de informatizações a-significantes, que nos atravessam em comunicações inconscientes da articulação entre componentes.
Plano do workshop ou descrição do workshop:
Propomos a execução de três ações-intervenções-poemas que criarão espaços e tempos de oficinas diante das experimentações que as próprias ações incitarão. Estas ocorrerão uma em cada dia do evento, dentro e/ou fora da instituição, em lugares de circulação de pessoas e nos horários destinados à algum intervalo na programação do evento.
Oficinas sem espaço, sem horário marcado e nem inscrições. Os acontecimentos se dão por conexões, afetos, impulsos e não por compromissos.
1ª Ação – ILHA DAS FLORES: Um corpo caído no chão revela desenhos de ruas e quarteirões. Os quarteirões estarão cobertos com flores com uma pergunta em seus pés: Ilha das Flores – com uma descrição – A Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Rio Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre. Para lá é levada grande parte do lixo produzido na capital. Este lixo é depositado num terreno de propriedade de criadores de porcos. Logo que o lixo é descarregado dos caminhões os empregados separam parte dele para o consumo dos porcos. Durante este processo começam a se formar filas de crianças e mulheres do lado de fora da cerca, a espera da sobra do lixo, que utilizam para alimentação. Como as filas são muito grandes, os empregados organizam grupos de dez pessoas que, num tempo estipulado de cinco minutos, podem pegar o que conseguirem do lixo. Acabado o tempo, este grupo é retirado do local, dando lugar ao próximo grupo. (http://www.casacinepoa.com.br/os-filmes/roteiros/ilha-das-flores-texto-original). Ao lado haverá uma cartolina com os dizeres: Depósito de Flores. Conforme as pessoas retirarem as flores aparecerá desenhos de desapropriações de pessoas, espaços e afetos - que se tornou velórios de vidas, de casas, de sonhos para dar lugar aos shoppings, metros, falta de tempo, todos esses, desenhados na pele que antes estava escondida pelas flores. Ao depositarem as flores em seu "depósito", forma-se um conjunto de flores à margem do bairro.
2ª Ação – RASTROS: O que nos conecta? O que me faz querer ir em direção àquela pessoa. Que coreo-grafia se inscrevem e traçam caminho pelos afetos entre os corpos? Propomos uma ação de entregar rolos de fita crepe para pessoas e propormos de começarmos a nos olhar. Quando alguém sentir algo que o afetou: um outro olhar, uma forma, uma cor, uma curiosidade, etc, traçar com a fita crepe uma linha entre o ponto que ela se encontrava e o ponto em que estava o elemento que a afetou. Deste modo, criar-se-ão um traçado cartográfico no espaço.
3ª Ação – CONVITES: Sentadas em cadeiras em frente a um baú, com papeis dentro e escrito “Retire um papel e leia – CONVITES À AÇÂO”. Nos papeis haverão provocações: Você me beijaria? Você me daria um tapa? Você me tiraria para dançar? Você me faria um carinho? Etc. A pessoa que estiver sentada, apenas espera, não sabe o que pode lhe acontecer, nem como reagir. Apenas espera que seja induzido à ação, sem que se explique qual é. Quem pega o papel é lançado a um jogo de escolha: Experimento outros impulsos - sim ou não? Como me movo nessa experimentação? Depois de cada ação, a pessoa que retirou o papel é convidada a escrever outra provocação e depositar no baú para que o próximo possa pegar.
Duração do Workshop:
Oficinas sem espaço, sem horário marcado e nem inscrições. Os acontecimentos se dão por conexões, afetos, impulsos e não por compromissos.
Número limite de inscritos:
Oficinas sem espaço, sem horário marcado e nem inscrições. Os acontecimentos se dão por conexões, afetos, impulsos e não por compromissos.
Responsável pelo Workshop:
Alline Alves Santana. Mestranda Escola de Artes, Ciências e Humanidades - EACH/USP/BR (Bosista FAPESP).
Juliana Soares Bom-Tempo. Doutoranda FE/UNICAMP/BR e Université Paris X – Nanterre (Bolsista CAPES).
Conteúdos:
A proposta aqui apresentada se configura a partir de ações que agenciam outros tempos e espaços de encontros para gestar experimentações. Dentro e fora (in-out) das determinações que prefiguram os tempos e espaços destinados a certas coreografias de ações, comportamentos, modos de aprendizagem e de relação.
Propomos uma oficina que se dê por contaminação, por aceitação ou não, por apenas estar no tempo e espaço em que algo inusitado acontece. Uma oficina-intervenção que opera por agenciamentos “maquínicos”[1] a produzir novas formas de habitar e sentir as relações tempo-espaciais diante do que ainda não estava dado como campo de possibilidades para uma oficina, para um tempo, para um espaço.
Apostamos que é aí que ocorrerão trocas intensivas entre forças coletivas interessadas em se co-implicarem em certas ações.
Entende-se oficina como um campo aberto e favorável aos novos modos de encontro com os tempos e os espaços.
Pensar as oficinas como um agenciamento, é pensar no movimento de um processo; é assim que elas funcionam, elas são meios de experimentações do pensamento a gestar camadas variantes. A constituição de um tempo e de um espaço para a efetivação dessas oficinas terá um caráter movente, pois não se busca uma verdade já dada de antemão, e sim a proliferação de pensamentos variantes que possam ser trocados entre os elementos presentes, entre as forças conhecidas e desconhecidas, a criar redes de conexão em busca da verdade dos encontros; fazer com que esse pensamento variante insista em existir como uma aprendizagem intensiva ao coletivo e não somente para si.
“O movimento é o próprio ato da potência. Fazer o movimento é passar ao ato, estabelecer a relação humana. Decidir não é querer fazer o movimento, é fazê-lo” (DELEUZE, 1999, p. 47).
[1] O conceito “máquinico” aqui colocado foi criado por Félix Guattari (1992) e está ligado ao funcionamento se dá através de comunicações expostas e sutis. Um jogo de dentro e fora do contexto-sensitivo em que a mensagem é emitida. Receptores corpóreos conectados em mensagens emitidas pela máquina. As máquinas sociais funcionam como Equipamentos Coletivos operando no núcleo das subjetividades, consciente e inconscientemente. Assim, há um processo de concorrência entre os componentes heterogêneos para a produção de subjetividades e de corporeidades. São os componentes vinculados às instituições tais como família, religião, arte, educação, saúde; os componentes fabricados pelas mídias e os componentes sutis de informatizações a-significantes, que nos atravessam em comunicações inconscientes da articulação entre componentes.
Plano do workshop ou descrição do workshop:
Propomos a execução de três ações-intervenções-poemas que criarão espaços e tempos de oficinas diante das experimentações que as próprias ações incitarão. Estas ocorrerão uma em cada dia do evento, dentro e/ou fora da instituição, em lugares de circulação de pessoas e nos horários destinados à algum intervalo na programação do evento.
Oficinas sem espaço, sem horário marcado e nem inscrições. Os acontecimentos se dão por conexões, afetos, impulsos e não por compromissos.
1ª Ação – ILHA DAS FLORES: Um corpo caído no chão revela desenhos de ruas e quarteirões. Os quarteirões estarão cobertos com flores com uma pergunta em seus pés: Ilha das Flores – com uma descrição – A Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Rio Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre. Para lá é levada grande parte do lixo produzido na capital. Este lixo é depositado num terreno de propriedade de criadores de porcos. Logo que o lixo é descarregado dos caminhões os empregados separam parte dele para o consumo dos porcos. Durante este processo começam a se formar filas de crianças e mulheres do lado de fora da cerca, a espera da sobra do lixo, que utilizam para alimentação. Como as filas são muito grandes, os empregados organizam grupos de dez pessoas que, num tempo estipulado de cinco minutos, podem pegar o que conseguirem do lixo. Acabado o tempo, este grupo é retirado do local, dando lugar ao próximo grupo. (http://www.casacinepoa.com.br/os-filmes/roteiros/ilha-das-flores-texto-original). Ao lado haverá uma cartolina com os dizeres: Depósito de Flores. Conforme as pessoas retirarem as flores aparecerá desenhos de desapropriações de pessoas, espaços e afetos - que se tornou velórios de vidas, de casas, de sonhos para dar lugar aos shoppings, metros, falta de tempo, todos esses, desenhados na pele que antes estava escondida pelas flores. Ao depositarem as flores em seu "depósito", forma-se um conjunto de flores à margem do bairro.
2ª Ação – RASTROS: O que nos conecta? O que me faz querer ir em direção àquela pessoa. Que coreo-grafia se inscrevem e traçam caminho pelos afetos entre os corpos? Propomos uma ação de entregar rolos de fita crepe para pessoas e propormos de começarmos a nos olhar. Quando alguém sentir algo que o afetou: um outro olhar, uma forma, uma cor, uma curiosidade, etc, traçar com a fita crepe uma linha entre o ponto que ela se encontrava e o ponto em que estava o elemento que a afetou. Deste modo, criar-se-ão um traçado cartográfico no espaço.
3ª Ação – CONVITES: Sentadas em cadeiras em frente a um baú, com papeis dentro e escrito “Retire um papel e leia – CONVITES À AÇÂO”. Nos papeis haverão provocações: Você me beijaria? Você me daria um tapa? Você me tiraria para dançar? Você me faria um carinho? Etc. A pessoa que estiver sentada, apenas espera, não sabe o que pode lhe acontecer, nem como reagir. Apenas espera que seja induzido à ação, sem que se explique qual é. Quem pega o papel é lançado a um jogo de escolha: Experimento outros impulsos - sim ou não? Como me movo nessa experimentação? Depois de cada ação, a pessoa que retirou o papel é convidada a escrever outra provocação e depositar no baú para que o próximo possa pegar.