DA CRISE A UM NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO E DE COESÃO TERRITORIAL: CONTRIBUTOS DO PLANEAMENTO
Coordenadores:
Comissão Científica:
A crise atual tem dimensões que excedem os impactos tradicionais sobre a economia, as finanças e o emprego. Alcança hoje outras novas e mais substanciais dimensões, como a sociedade, os direitos humanos e a sustentabilidade (e não apenas territorial) do sistema. Obriga, especialmente em países como os nossos, com o seu próprio estatuto e história, a refletir não apenas em análises e diagnósticos, mas especialmente sobre as propostas e opções de futuro para um modelo de desenvolvimento renovado mais coerente, mais planeado e justo. Alterar perspetivas assentes em teorias de desenvolvimento do “establishment” para um novo modelo de desenvolvimento com dignidade não é um caminho fácil. A sessão temática que se apresenta procura respostas por este camino, explorando o potencial que um novo planeamento integrado do desenvolvimento territorial pode ter a este respeito.
A troca de experiências, conhecimentos e argumentos no contexto deste XIV Colóquio Ibérico de Geografia, revela-se um espaço particularmente pertinente. E não apenas pelos paralelismos entre os dois países da península, mas também, e sobretudo de forma especialmente atrativa, com o continente latino-americano. Neste caso, já surgiram algumas iniciativas para a construção de economias mais democráticas, para uma visão do desenvolvimento assente numa concepção mais integrada e com um interesse focado no bem-estar, reinterpretado como "viver bem".
Como indicado na apresentação do XIV Colóquio Ibérico de Geografia, este evento procura uma discussão ampla e aberta sobre as diversas questões que afetam a nossa sociedade, quer ao nível da península Ibérica, quer mundial. Neste sentido, o foco desta sessão temática é colocado no papel de um renovado olhar sobre o ordenamento do território e a gestão territorial. Esta sessão temática divide-se em quatro temas, seguidamente apresentados.
EIXOS DA SESSÃO
1. O TERRITÓRIO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS; EXPERIÊNCIAS A PARTIR DE ESCALAS DE PROXIMIDADE; OBSERVATÓRIOS TERRITORIAIS (CONCEITOS, MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS)
Este primeiro eixo constitui um espaço de reflexão e de apresentação de propostas concretas:
A) sobre opções reais e limitações para superar a abordagem sectorial tradicional do planeamento e a tomada de decisão na administração, passando pela sustentabilidade territorial até à entrada do território (ou a perspectiva territorial, abrangente e coerente) na agenda política. Isto leva-nos à discussão da geografia como “ciência pós-normal” e, ao mesmo tempo, exploram-se possibilidades e formas de estreitar (se tal se considera necessário) as ligações entre os planeadores, os políticos e a sociedade civil.
B) sobre o nível local, percebido como escala de proximidade (desde inframunicipal a supramunicipal/subregional), como espaço predileto para o planeamento e gestão do desenvolvimento territorial. Não apenas do ponto de vista socioeconómico tradicional, mas também, através de uma mais inovadora perspetiva territorial; desde a abordagem político-administrativa desenvolvida recentemente no Reino Unido (início desta década), à discutida relação entre planos e projetos estratégicos e as supostas inovações socioeconómicas territoriais, sócio-institucionais e socioterritoriais a que dão lugar. Distribuição de responsabilidades, competências necessárias, negociação e cooperação multiterritorial (do nível local ao europeu), são as novas condições de governança a serem consideradas para inventário e classificação que urge.
C) sobre as novas tendências e processos territoriais, também desafios, ameaças e oportunidades, que exigem novos conceitos para uma abordagem eficaz. Uma definição adequada do problema é condição essencial para estabelecer indicadores e métodos (com a sua própria lógica) que nos permitem tratá-los e apresentá-los usando as correspondentes técnicas de análise e representação. Os sistemas de informação geográfica são ferramentas necessárias para a observação territorial para realizar as tarefas de diagnóstico-seleção-implementação-avaliação de alternativas, inerentes ao processo de planeamento. O objectivo deste eixo é pois o de reunir novas experiências e desenvolvimentos recentes nos SIG, no contexto latino-americano.
2. PENSAR O ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO NO CONTEXTO LATINOAMERICANO: RESPOSTAS A DESAFIOS E REALIDADES DIFERENCIADAS, TODAVÍA COM OBJETIVOS COMUNS
A globalização gera tendências e processos territoriais locais que convidam a novas concepções e práticas de planeamento. Num contexto de crise (económica, financeira, social e de valores) e de emergência de novos polos económicos regionais de desenvolvimento no sistema-mundo, levantam-se questões sobre como desenvolver políticas públicas de planeamento (ordenamento) territorial inclusivo, equitativo e justo. O objetivo deste eixo é promover um espaço de reflexão, multidisciplinar, sobre estas novas realidades (tendências, desafios, problemas, conflitos, áreas de oportunidade...) para consolidar a rede de intercâmbio territorial a nível latino-americano.
Coordenadores:
- Joaquín Farinós Dasí (Universidade de Valencia)
- Margarida Queirós (Universidade de Lisboa)
- Eduarda Marques da Costa (Universidade de Lisboa)
Comissão Científica:
- Ángel Pueyo Campos (Universidad de Zaragoza)
- Eduarda Marques da Costa (Universidade de Lisboa)
- Fernando Manero (Universidad de Valladolid)
- Joaquín Farinós Dasí (Universidad de Valencia)
- José María Feria Toribio (Universidad Pablo de Olavide)
- Margarida Queirós ( Universidade de Lisboa)
- Nuno Marques da Costa Universidade de Lisboa)
- Teresa Sá Marques (Universidade do Porto)
A crise atual tem dimensões que excedem os impactos tradicionais sobre a economia, as finanças e o emprego. Alcança hoje outras novas e mais substanciais dimensões, como a sociedade, os direitos humanos e a sustentabilidade (e não apenas territorial) do sistema. Obriga, especialmente em países como os nossos, com o seu próprio estatuto e história, a refletir não apenas em análises e diagnósticos, mas especialmente sobre as propostas e opções de futuro para um modelo de desenvolvimento renovado mais coerente, mais planeado e justo. Alterar perspetivas assentes em teorias de desenvolvimento do “establishment” para um novo modelo de desenvolvimento com dignidade não é um caminho fácil. A sessão temática que se apresenta procura respostas por este camino, explorando o potencial que um novo planeamento integrado do desenvolvimento territorial pode ter a este respeito.
A troca de experiências, conhecimentos e argumentos no contexto deste XIV Colóquio Ibérico de Geografia, revela-se um espaço particularmente pertinente. E não apenas pelos paralelismos entre os dois países da península, mas também, e sobretudo de forma especialmente atrativa, com o continente latino-americano. Neste caso, já surgiram algumas iniciativas para a construção de economias mais democráticas, para uma visão do desenvolvimento assente numa concepção mais integrada e com um interesse focado no bem-estar, reinterpretado como "viver bem".
Como indicado na apresentação do XIV Colóquio Ibérico de Geografia, este evento procura uma discussão ampla e aberta sobre as diversas questões que afetam a nossa sociedade, quer ao nível da península Ibérica, quer mundial. Neste sentido, o foco desta sessão temática é colocado no papel de um renovado olhar sobre o ordenamento do território e a gestão territorial. Esta sessão temática divide-se em quatro temas, seguidamente apresentados.
EIXOS DA SESSÃO
1. O TERRITÓRIO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS; EXPERIÊNCIAS A PARTIR DE ESCALAS DE PROXIMIDADE; OBSERVATÓRIOS TERRITORIAIS (CONCEITOS, MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS)
Este primeiro eixo constitui um espaço de reflexão e de apresentação de propostas concretas:
A) sobre opções reais e limitações para superar a abordagem sectorial tradicional do planeamento e a tomada de decisão na administração, passando pela sustentabilidade territorial até à entrada do território (ou a perspectiva territorial, abrangente e coerente) na agenda política. Isto leva-nos à discussão da geografia como “ciência pós-normal” e, ao mesmo tempo, exploram-se possibilidades e formas de estreitar (se tal se considera necessário) as ligações entre os planeadores, os políticos e a sociedade civil.
B) sobre o nível local, percebido como escala de proximidade (desde inframunicipal a supramunicipal/subregional), como espaço predileto para o planeamento e gestão do desenvolvimento territorial. Não apenas do ponto de vista socioeconómico tradicional, mas também, através de uma mais inovadora perspetiva territorial; desde a abordagem político-administrativa desenvolvida recentemente no Reino Unido (início desta década), à discutida relação entre planos e projetos estratégicos e as supostas inovações socioeconómicas territoriais, sócio-institucionais e socioterritoriais a que dão lugar. Distribuição de responsabilidades, competências necessárias, negociação e cooperação multiterritorial (do nível local ao europeu), são as novas condições de governança a serem consideradas para inventário e classificação que urge.
C) sobre as novas tendências e processos territoriais, também desafios, ameaças e oportunidades, que exigem novos conceitos para uma abordagem eficaz. Uma definição adequada do problema é condição essencial para estabelecer indicadores e métodos (com a sua própria lógica) que nos permitem tratá-los e apresentá-los usando as correspondentes técnicas de análise e representação. Os sistemas de informação geográfica são ferramentas necessárias para a observação territorial para realizar as tarefas de diagnóstico-seleção-implementação-avaliação de alternativas, inerentes ao processo de planeamento. O objectivo deste eixo é pois o de reunir novas experiências e desenvolvimentos recentes nos SIG, no contexto latino-americano.
2. PENSAR O ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO NO CONTEXTO LATINOAMERICANO: RESPOSTAS A DESAFIOS E REALIDADES DIFERENCIADAS, TODAVÍA COM OBJETIVOS COMUNS
A globalização gera tendências e processos territoriais locais que convidam a novas concepções e práticas de planeamento. Num contexto de crise (económica, financeira, social e de valores) e de emergência de novos polos económicos regionais de desenvolvimento no sistema-mundo, levantam-se questões sobre como desenvolver políticas públicas de planeamento (ordenamento) territorial inclusivo, equitativo e justo. O objetivo deste eixo é promover um espaço de reflexão, multidisciplinar, sobre estas novas realidades (tendências, desafios, problemas, conflitos, áreas de oportunidade...) para consolidar a rede de intercâmbio territorial a nível latino-americano.